sábado, 10 de abril de 2010

TDA - informação


Introdução

O indivíduo que tem TDAH (DDA), é inteligente, criativo e intuitivo mas não consegue realizar todo seu potencial em função do transtorno que tem 3 características principais: desatenção, impulsividade e hiperatividade (ou energia nervosa).

Tem dificuldade em assistir uma palestra, ler um livro, sem que sua cabeça “voe” para bem longe perdida num turbilhão de pensamentos. Comete erros por falta de atenção a detalhes, faz várias coisas simultaneamente, ficando com vários projetos,e acaba sem finalizar nenhum, se culpando interiormente por todas as tarefas sem terminar e a cabeça remoendo todos os "tenho que". Quando estimulado, motivado e/ou desafiado, tem uma hiperconcentração. Obtendo resultados extraordinários que as pessoas sem o transtorno DDA necessitariam do triplo de empenho para conseguir.

É desorganizado tanto internamente (mil pensamentos e idéias ao mesmo tempo), como externamente: mesa, gavetas, papéis, prazos, horários...

A impulsividade domina seu comportamento. Pode falar, comer, comprar, trabalhar, ficar em salas de bate papo da Internet, beber, jogar... compulsivamente.


Os principais sintomas são: falta de atenção, impulsividade ou uma “energia nervosa”.
A impulsividade tem um aspecto positivo, podendo nos levar muitas vezes à ação.
O problema é quando ela se torna patológica como no caso do TDAH (DDA), onde há uma falta de planejamento em função da busca intensa e constante da gratificação imediata, correndo-se maiores riscos.

Provocar confusão, discutir, viver em conflito consigo e/ou com o(s) outro(s) é uma forma inconsciente de estimulação do córtex pré-frontal, que anseia por mais atividade. A pessoa não percebe esse processo, não o faz de propósito, mas pode ficar viciada em confusão.

Características que podem estar presentes em pessoas com hipofuncionamento do córtex pré-frontal, isto é, com TDAH (DDA):

Dificuldade de concentração

Distração

Dificuldade em ouvir

Falta de controle dos impulsos

Desorganização

Tendência ao adiamento de tarefas

Sonhar acordado

Falta de perseverança

Tendência a executar várias tarefas ao mesmo tempo, deixando muitas inacabadas

Falha na organização de tempo e espaço - dificuldade de planejamento

Problemas de memória a curto prazo

Dificuldade para lidar com regras sociais

Falhas de julgamento, interpretações errôneas

Dificuldade em expressar sentimentos

Ansiedade crônica

Tédio, apatia, falta de motivação

Hiperatividade

Dificuldade em aprender com a experiência

É necessário que a pessoa tenha 6 ou mais características do tipo desatento e 6 ou mais características do tipo hiperativo/impulsivo, de forma crônica e desde criança para haver possibilidade de diagnóstico de TDAH (DDA).



Importante para o diagnóstico é lembrar que o Distúrbio de Déficit de Atenção é uma condição que acompanha a pessoa desde sempre, é constitucional e inerente à biologia da pessoa, portanto, ninguém adquire Distúrbio de Déficit de Atenção.
A pessoa É portadora de Distúrbio de Déficit de Atenção, ela não ESTÁ com Distúrbio de Déficit de Atenção.
Os trabalhos recentes sobre Distúrbio de Déficit de Atenção mostram que se trata de um distúrbio neurobiológico. Alguns apontam para um eventual déficit de neurotransmissores, e outros dão ênfase ao déficit funcional do lobo frontal, mais precisamente do córtex pré-frontal.
Entre os neurotransmissores envolvidos no Distúrbio de Déficit de Atenção a dopamina(DA) e a noradrenalina(NA) teriam papel de destaque.
Não parece haver participação da serotonina no Distúrbio de Déficit de Atenção.
Os lobos frontais tem uma função executiva, importantes para a capacidade de iniciar, manter, inibir e desviar a atenção. Portanto, seria tarefa dos lobos frontais o gerenciamento das informações recebidas, a integração da experiência atual com a experiência passada, o monitoramento do comportamento presente, a inibição das respostas inadequadas, a organização e planejamento de metas futuras. Podemos compreender dessa forma muitas das manifestações de Distúrbio de Déficit de Atenção como resultado de uma deficiência funcional do lobo frontal.
Tudo que colocamos como "características" (atenção, impulsividade e hiperatividade) do deficit de atenção são os SINTOMAS da patologia .
A patologia é : as alterações nos neurotransmissores e o funcionamento alterado do lobo frontal.
Sendo assim, o tratamento ( medicamentos e psicoterapia) melhora os SINTOMAS, fazendo com que o funcionamento peculiar do cérebro do TDA, não traga tantos malefícios para sua vida diária.
Não existe como mudar o funcionamento neurobiológico de um cérebro, por isso é uma Doença Crônica.
Apenas trata-se os sintomas, assim como um diabético nunca deixará de ser diabético, pode apenas tomar remédios e adquirir hábitos específicos que ajudem para que a doença não lhe traga tantos malefícios no decorrer da vida. É exatamente do mesmo modo para quem tem uma patologia como essa na área mental .

O TDA não é um distúrbio passageiro, temporário, a ser superado, uma vez que é
neurobiológico e não o resultado de falta de disciplina ou de controle dos pais, assim como não é falta de força de vontade ou de caráter como muitos (infelizmente) pensam ser.
Mesmo se tratando de uma questão de "controlar os sintomas" é um processo, não adianta esperar que a existência do diagnóstico faça com que a criança/adolescente/adulto "supere" os sintomas do TDA 100% e muito menos em um tempo determinado.
Se trata de um doença crônica, aonde o indivíduo terá que fazer o tratamento pelo resto da vida, é parte da vida diária do paciente. A carga emocional e de stress, faz parte do dia a dia do paciente .
Ao contrário do que muitas pessoas insistem em querer achar (com julgamentos morais do tipo : " Você está querendo usar o TDA como justificativa"), NENHUM paciente gosta de ter TDA.
Acontece que quando diagnosticado e em tratamento, o paciente tem a capacidade de visualizar ( o tempo que cada um leva para conseguir ter esse discernimento é individual) aonde o TDA interfere e prejudica .
No entanto, visualizar e conseguir não deixar isso acontecer são coisas distintas. Somente com a medicação, a psicoterapia e o tempo esse indivíduo irá conseguir diminuir a influência da patologia no seu dia a dia.
Reforçando , é uma luta diária e incessante e pode ter certeza traz mais desgaste ao portador do que a quem convive com o portador .
Quem convive, sofre. Mas quem vive, sofre o tempo todo .
O paciente luta todos os dias não só com a influência negativa direta da patologia, mas também com a incompreensão e julgamento de quem convive com ele, e ainda lida com o aterrorizante fator (o paciente não tem como negar a influência dessa questão, o que traz tanta ansiedade e insegurança quanto a seus relacionamentos interpessoais) de que caso os "donos" desse julgamento crítico incorreto, não entendam REALMENTE o problema, vão lidar ( muitas vezes com a melhor das intenções) de forma extremamente prejudicial .
A forma de se ajudar um paciente TDA em suas dificuldades não é de acordo "achismos" ou pontos de vista. É uma doença, logo tem mecanismos específicos para conseguir resultados satisfatórios, que são demonstrados pelos profissionais aptos (psiquiatra e psicólogo), no decorrer do tratamento para o paciente e para quem convive com ele. Qualquer coisa baseada em suposições ou crenças pessoais acarretará em mais prejuízos a auto-estima e auto-imagem do paciente TDA que já é tão fragilizado por esses "julgamentos morais" e rótulos (indisciplinado,preguiçoso, malcriado e até mesmo pouco inteligente, coisas que quando se tem conhecimento sobre o TDA e o portador está em tratamento fica evidente que não condiz com a realidade da questão. Lembrem-se, alguns dos maiores gênios conhecidos por nós eram portadores de TDA.) que o acompanham desde criança; Algumas crianças com TDA já são difíceis de serem cuidadas antes mesmo dos 3 anos de idade por serem muito ativas, irritáveis, temperamentais, autoritárias, podendo ainda ter distúrbio de sono e/ou alimentar. Estas atitudes (infelizmente) tão comuns, no que deveria ser o "centro de apoio" (família nuclear, na infância e adolescência principalmente; quando na vida adulta dentro de um casamento, o cônjuge) desses pacientes causa uma falta de credibilidade do portador de TDA para com ele mesmo, o que resulta em muitos casos na ineficácia/atraso do processo do tratamento.
Isso quando consideramos o paciente como portador apenas do TDA, ou seja, sem nenhuma comorbidade ( ex: Transtornos do Humor).
Quando existe a comorbidade com alguma outra dessas patologias a situação fica ainda mais frágil e requer um acompanhamento ainda mais específico.




Texto com informações técnicas e minha visão pessoal do dia a dia.
Rebecca Krieger

Um comentário:

ANALUZ disse...

PARABÉNS PELO SEU BLOG. MUITO INTERESSANTE APESAR DE ESTAR AINDA NO INÍCIO. Siga em frente. Aguardo novos posts.

Abraço